Para uma breve história da televisão

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A televisão é um engenho técnico dos anos 1920. Distinguem-se como “patronos” da invenção, entre tantos, o russo-americano Vladimir Zworykin (que patenteou o tubo iconoscópio, em 1924) e o escocês John Logie Baird, que junto com Philo Farnsworth, apresentaram, em 1927, o primeiro sistema eletrônico com imagens em movimento. Na Inglaterra, usando o sistema de transmissão radiofônico da BBC, a companhia de Logie Baird realiza, em 1929, a primeira emissão em broadcast.

Seguindo a estrutura funcional do rádio, as redes de televisão criam, desde o início, uma seleção de programas, que vai preencher diariamente o espectro da transmissão. Para dar ritmo ao que é visto, cada programa vai ser dividido por blocos. Os tempos mais estandardizados das grades de programação são os programas de 30 e 60 minutos, com produção real de cerca de 24 a 56 minutos, intercaladas por intervalos, com propagandas comerciais e/ou chamadas institucionais referentes a outros destaques da programação ou do próprio canal.

Arlindo Machado (2003, p. 27) faz-nos perceber que o conceito de programa dentro de emissoras de televisão foi sendo constituído e estende-se desde

uma peça única, como um telefilme ou um especial, uma série em capítulos definidos, um horário reservado que se prolonga durante anos, sem previsão de finalização, e até mesmo a programação inteira, no caso de emissoras ou rede “segmentadas” ou especializadas, que não apresentam variação de blocos.

Na América do Norte, os bonequeiros, principalmente os que já haviam tido experiências com animação para o cinema, começam, já em 1939, a investigar as possibilidades do novo meio.

John Bell (2005) cita alguns nomes que foram pioneiros nesse sentido: Remo Bufano (1894-1948), em telefilmes como Yolanda e o Ladrão (1945), já a partir de 1939; Burr Tillstrom (1917-1985), com seu próprio programa de fantoches Kukla, Fran and Ollie (1947); e Frank Paris (m. 1984), com uma soap opera semanal de marionetes, As Aventuras de Toby, no canal americano NBC (1947).

A primeira transmissão a cores foi ao ar pela mesma NBC, em 1954. Nesse momento, por volta dos anos 50, colocar bonecos para atuar servia, então, de recurso de linguagem. Em 1952, 5,5 milhões de televisores estavam ligados para assistir Kukla (um fantoche representando um dragão) e Ollie (um boneco careca), os chamados “Kuklapolitans”, cinco dias da semana.

Entre companhias que defendiam o teatro de bonecos como uma arte independente das mídias, como Basil Milovsoroff, e outros, como Burr Tillstrom, que criou seu teatro de marionetes para a TV com sucesso comercial, Bell (2005) aponta a característica mais marcante das interpretações com bonecos no meio de cultura de massa que é a televisão: a criação dos personagens.

Para Bell (2005, p. 99), citando a lógica do convívio dos norte-americanos com o meio de comunicação, os programas expressam conceitos importantes de uma cultura, com “a criação de personagens populares exemplificando aspectos dos tipos modernos”. Assim,

se Punch, Kasperl, Petrushka, e os bonecos dos shows de variedades preencheram essa função no século 19, as versões americanas modernas destes ícones culturais têm nomes como Ollie, Kukla e Howdy Doody (um boneco cowboy estilizado, ventríloquo).

BELL, 2005, p. 99

E é com o estabelecimento efetivo dos bonecos como astros de programas de TV, alcançando cada vez mais o público e a publicidade, que surgem na mídia dos EUA, bonequeiros como Jim Henson, que desenvolve, entre tantos, os Muppets.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BELL, John (org.). Strings, hands and shadows: a modern puppet history. Detroit: Wayne State University, 2005.

MACHADO, Arlindo. A televisão levada a sério. São Paulo: Senac, 2003.

SOBRE O PROJETO IMAGENS MARIONETÁVEIS

O projeto IMAGENS MARIONETÁVEIS – O TEATRO DE BONECOS NA TELEVISÃO DO RS é uma realização da artista visual, jornalista e produtora cultural Yara Baungarten e apresenta uma série de postagens para a internet sobre produção de teatro de bonecos para a televisão gaúcha, desde os anos 1970 até hoje. Trata-se de um passeio pela história do teatro de bonecos e da televisão, com os principais grupos e companhias envolvidas, as técnicas de manipulação mais utilizadas nos programas e os formatos televisivos.

Yara Baungarten: artista, jornalista, pesquisadora e produtora cultural

A série de dez publicações digitais pode ser acompanhada, entre 05 a 26 de outubro de 2020, às segundas, quartas e sextas-feiras, através do Instagram e Facebook de Yara Baungarten (@yarabaungarten). A última publicação será um e-book, resultado da compilação de todo o material, também chamado IMAGENS MARIONETÁVEIS – O TEATRO DE BONECOS NA TELEVISÃO DO RS, disponível no site www.imaginaconteudo.com.

Este trabalho conta com o financiamento do Edital FAC DIGITAL RS.

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