Por Rodrigo dMart
Em 2005, após terminar de escrever a primeira versão da graphic novel Um Outro Pastoreio, pensei em uma série de contos que teriam algum tipo de encadeamento narrativo. A ideia era que personagens, cenas ou fatos de uma história aparecessem em outras, criando uma trama de referências, mesmo que as narrativas fossem em um gênero diferente, ocorressem em épocas e lugares distintos, escritas em variados estilos de linguagem ou, até mesmo, publicadas em diversas mídias.
Chamei o projeto de Dark Links ou Conexões Sombrias. Assim, esbocei tramas, reli rascunhos inacabados guardados em pastas e gavetas, resgatei textos de pastas esquecidas no computador e comecei a escrever alguma coisa. Entretanto – naquele misto de procrastinação, imaturidade e preguiça – acabei deixando a empreitada de lado.
Desaparecido é o primeiro fascículo da série Conexões Sombrias. Um texto iniciado em 2005 que finalizei, oito anos depois, em incríveis duas semanas. Trinta páginas da primeira versão (first draft) que, é claro, passará por inúmeras revisões e edições até o último instante.

Nos meus dois primeiros livros, tive a oportunidade de trabalhar com dois maravilhosos artistas: o ilustrador e designer Indio San – na novela gráfica Um Outro Pastoreio – e o artista plástico Antônio Augusto Bueno – no livro ilustrado O Último Homem na Lua. São parceiros inestimáveis com quem compartilhei (e aprendi muito em) longas jornadas de processo criativo. Desta vez, em Desaparecido, vou correr o risco de assumir também os afazeres visuais e o projeto gráfico do livro. Sei que é uma baita encrenca, mas é um desafio que está me estimulando e proporcionando uma grande felicidade (e, qualquer coisa, se estiver num mato sem cachorro, posso recorrer ainda aos profissionais da área).
Como costumo fazer em meus projetos, procuro me cercar de trabalhos artísticos e pesquisas de terceiros e, principalmente, avaliar sobre possíveis desdobramentos para a narrativa. Por isso, sem pestanejar, encomendei composições para o multi-instrumentista João Marcos Negrinho Martins que, além de ser meu irmão, é um talentoso colaborador em inúmeros trabalhos (por exemplo, os já citados Um Outro Pastoreio e O Último Homem na Lua, para os quais ele criou estupendas trilhas musicais). De pronto, em poucos dias, ele compôs a primeira canção para o livro e já pensar em outras seis. O que me leva a ponderar em desdobrar o projeto em um audiobook ou algo parecido.
Por ora, é isso. Prossigo a labuta por cá. Planejo lançar no primeiro semestre de 2015. Que as forças do universo conspirarem a favor. Por enquanto, a coisa vai que é um Dodge. Adelante!
Vou aguardar com muita curiosidade. Idéias fervilham neste cérebro brilhante. Bjs