Entrevista de Rodrigo dMart no Coletiva.net

Em agosto, o jornalista e escritor Rodrigo dMart foi entrevistado para a seção “Cinco Perguntas” da revista digital Coletiva.net, sediada em Porto Alegre, que trata de carreira e negócios em marketing e comunicação.

Atualmente, dMart é coordenador de projetos especiais da TVE, Televisão Educativa do Rio Grande do Sul, e, na época, representou a emissora em evento internacional no Uruguai.

Abaixo, a republicação da entrevista na íntegra.

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Entrevista de Rodrigo dMart na revista digital Coletiva.net

1. Quem é você, de onde veio e o que faz?

Sou Rodrigo dMart, jornalista, músico e escritor. Tenho 39 anos. Sou natural de Pelotas, onde me formei em jornalismo na Universidade Católica (UCPel). Finalizei agora uma especialização em desenvolvimento de jogos digitais, na PUCRS. Trabalho na TVE há mais de 10 anos, atuando como editor para o Jornal da TVE e o Estação Cultura e como produtor e diretor de programas como Sonora Tribo, Galpão Nativo e documentários. Desde meados de 2012, assumi a coordenação de projetos especiais da emissora.

Paralelamente, produzo projetos em música, literatura, artes visuais, quadrinhos e videogames. Lancei a graphic novel Um Outro Pastoreio, junto com o designer Indio San, em 2010, e o livro e exposição O Último Homem na Lua, com o artista plástico Antônio Augusto Bueno, em 2012. Meu projeto mais recente é Orixás, um videogame baseado no universo da graphic novel. Na música, lancei quatro álbuns com a banda de “rock bagual” Doidivanas, atuando como baterista, letrista e produtor executivo. Também desenvolvo projeto de arte e comunicação no ateliê da Imagina Conteúdo Criativo, ao lado da jornalista e fotógrafa Yara Baungarten. De certa forma, transito entre diferentes áreas da comunicação e arte, procurando criar pontes de diálogo entre os campos.

2. O que foi possível conferir no DocMontevideo?

O DocMontevideo, que ocorreu no final de julho, agregou diferentes atividades e eventos de formação, mercado, debate e produção de projetos audiovisuais e multiplataformas, envolvendo pitchings, meetings, workshops, estudos de caso de trabalhos voltados para televisão, internet, videogame e produtos interativos.

Um verdadeiro caldeirão de projetos de toda América Latina, Canadá, Estados Unidos e do Oriente Médio, com participação de produtores independentes, realizadores, distribuidores, emissoras, redes e instituições como o National Board Film, Al Jazeera, Sundance Institute e Tribeca Film Institute. Do Brasil, estavam participando Canal Futura, Canal Brasil, SESC TV, TV Escola, TV Câmara, TV UFG, de Goiânia, e, é claro, a TVE.

No DocMontevideo, também houve exibição de filmes, realização de oficinas e ações muito bacanas como, por exemplo, o Hackation, no qual um grupo, integrado por documentaristas, programadores, designers e produtores, tem que produzir conteúdos culturais interativos em apenas 48 horas. O DocMontevideo ainda sediou o Fórum de Televisões Latino-Americanas e o encontro de 10 anos da rede TAL, Televisión América Latina.

3. Como foi representar a TVE no evento internacional?

A mensagem principal foi: não estamos sós!

Uma experiência incrível! Tantas pessoas de diversas emissoras e redes públicas, educativas, culturais e cooperativadas. Para se ter uma ideia, só na TAL, estão participando 73 canais e redes que, juntos, somam mais de 283 telas (ou “pantallas”, como dizem os hermanos), incluindo canais abertos, a cabo, satélite, web, aplicativos para tablets e gadgets.

No meu caso, pude fazer contato direto com profissionais de emissoras como a Televisión, de El Salvador, Canal TRO, Canal U y Canal Click e Telemedellín, da Colômbia, C7 Jalisco, do México, Vive TV e Telesur, da Venezuela, Bolivia TV, Ecuador TV, Conlsecor, da Argentina, TRAC, do Chile, tevé Ciudad, do Uruguai, e colegas brasileiros da TV UFG e TV Câmara, só para citar alguns. São emissoras com diferentes perfis, tamanhos e histórias, mas com muitos projetos maravilhosos.  Temos que abrir os nossos horizontes para a América Latina. Temos muitas coisas em comum e existem inúmeras possibilidades de cooperação , criação e intercâmbios de conteúdos.

4. O que todo coordenador de projetos especiais precisa saber?

A coordenação de projetos especiais é um setor novo na TVE, dentro da diretoria de programação. Tem apenas um ano. Estamos aprendendo e experimentado.  É um espaço para intermediação e criação entre ações externas e internas da emissora, como a renovação visual das vinhetas e questões de direito autoral.

Atualmente, por exemplo, a coordenação faz gestão do Recortes – espaço para documentários e séries na TVE, incluindo produções e trabalhos de terceiros e de realizadores independente. A TVE está investindo em na produção de especiais, como os documentários “Barranca”, “CromoMuseu”, “Dança Alegre Alegrete”, “Torres Garcia”, “Regina Silveira”, “A Tecelã”, “A CãoFusão” e “Solo em Água Fervente”, realizados nos últimos dois anos. O setor auxilia ainda em ações e projetos da Fundação, em comissões de avaliação de projetos e grupos de trabalho, e trata de relações institucionais, eventos como o Pelotas Jazz Festival e Jornada Nacional de Literatura, em Passo Fundo.

Então, há uma característica multifacetada no trabalho como um todo. Se há um norte para isso tudo é crer que as emissoras públicas e educativas devem ser um laboratório de vanguardas.

5. Quais são os planos para os próximos cinco anos?

Muito trabalho! Seguir criando, produzindo, estudando, viajando.

Quero auxiliar a Fundação Cultural Piratini, TVE e FM Cultura, a se consolidar como um espaço importante de integração, promoção e criação de conteúdos. Brinco que a TVE está saindo da era dos Flinstones para os Jetsons. Mas é verdade. Há um esforço muito grande para se realizar este “upgrade” e acompanhar a revolução digital. Mas tecnologia por si só não basta. É preciso ter um conceito arte e educação em primeiro lugar e, principalmente, a valorização das pessoas. De um lado, buscar a interatividade e, de outro, mobilização social, integração com as comunidades para as quais servimos. Pela posição geográfica, aproveitar o potencial para realizar intercâmbios, principalmente, com Uruguai e a Argentina, e com toda a América Latina, para que TVE tenha, cada vez mais, relevância perante a sociedade gaúcha, brasileira e internacional.

No campo da arte, planejo criar e lançar, pelo menos, três a quatro projetos em literatura, música, artes visuais, quadrinhos e videogame. Comecei a escrever meu terceiro livro. Estou esboçando um disco. Há muita coisa para fazer em cinco anos. O lance é seguir tacando ficha!

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