O tambor de sopapo e seu legado matriarcal no Rio Grande do Sul

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Festival Cabobu valoriza a presença feminina na vanguarda da cultura negra em Pelotas, com a história de Dona Maria Baptista, considerada mãe do tambor de sopapo. A Festa dos Tambores vai acontecer na região sul do RS entre os dias 21 e 23 de abril de 2023. Com patrocínio do edital Natura Musical, todas as atividades têm entrada franca.

A terceira edição do Cabobu vai prestar diversas homenagens a músicos e nomes da percussão nacional. E, principalmente, vai destacar a importância da presença feminina na construção dos saberes tradicionais e da arte contemporânea.

Nos relatos sobre os precursores do festival, despontam sempre os nomes de Giba Giba, que congregou a ideia de um festival em torno de um tambor tão característico como o sopapo, de José Batista, que realizou a pesquisa nos anos 2000 e projetou os croquis para a construção de próximos tambores, e de Mestre Baptista, luthier pelotense que realizou a montagem dos tambores do projeto CaBoBu.

Dona Maria Baptista – crédito José Batista

Junto com eles, participando ativamente de cada decisão e sem medir esforços e auxílio, estava Dona Maria Baptista, esposa de Mestre Baptista e de quem José Batista é filho único. Hoje, aos 82 anos, viúva após 53 anos de casamento, dona Maria lembra de ter a família completa envolvida na realização dos 40 exemplares de sopapo que foram feitos e distribuídos por todo o Rio Grande do Sul. “O sopapo está em meu coração”, diz, ao lembrar que, como o marido estava há muito envolvido com ensaios e instrumentalização de escolas de sambas da cidade de Pelotas, Giba Giba procurou-o com a ideia de realizar um número expressivo de sopapos. Sem a experiência específica, Mestre Baptista aceitou, mas coube ao filho José a análise, cálculo e pesquisa para o projeto que foi executado e aprimorado desde então.

Dona Maria relata o engenho de carregar, secar, curtir, cortar, enfim, trabalhar os couros para os sopapos e, por fim, pintá-los para que depois José Batista repassasse em oficinas a técnica de construção: “-Considero o sopapo como um filho meu”, emociona-se ela. Aproveitando o dia 8 de março, que marca o Dia Internacional da Mulher, a Dona Maria Baptista manda um recado para quem se interessar e, em especial, às mulheres: “- A mulher tem dar valor e usar o tambor. Tem que bater no tambor”, conclama.

Tambor de Sopapo em Pelotas/RS – crédito Luis Ferreirah

O Festival Cabobu, que acontece entre 21 e 23 de abril, em Pelotas/RS foi selecionado pelo edital Natura Musical, por meio da lei estadual de incentivo à cultura do Rio Grande do Sul (Pró-Cultura), ao lado de Dessa Ferreira, Pâmela Amaro, Circuito Orelhas, Gravina DasMina e Feijoada Turmalina, por exemplo. No Estado, a plataforma já ofereceu recursos para 39 projetos até 2020, como Filipe Catto, Tem Preto no Sul, Borguetti e Yamandu, Zudizilla, Sons que Vem da Serra e Thiago Ramil. O evento conta ainda com apoio da Prefeitura Municipal de Pelotas e das Secretarias de Cultura e de Desenvolvimento, Turismo e Inovação da cidade.

SERVIÇO:

CABOBU – A FESTA DOS TAMBORES 3ª Edição
21 a 23/04 – sexta a domingo – diversos horários
Largo Edmar Fetter – ao lado do Mercado Central de Pelotas/RS 
 
DIVULGAÇÃO E CONTATO PARA ENTREVISTAS:
Fabiana Sasi – (51) 99627.1286
Yara Baungarten – (51) 99176.3960 
assessoria.cabobu@gmail.com
imagina.conteudo@gmail.com

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