Vou deixar claro um troço: a banda Doidivanas não acabou.

Nesta semana, o nosso estimado e querido cantautor pelotense Vitor Ramil esteve divulgando seu mais recente álbum, “Délibáb“, em uma rádio de Porto Alegre. Um dos entrevistadores citou a Doidivanas – “uma banda da tua terra que usa o rock e ritmos regionais, inspirados em Almôndegas (…) mas pena que acabou”. Ao que o Vitor comentou: “ah, a banda do Rodrigo, parece que acabou”.
Não é verdade. O que acontece, de fato, é que estamos “dando um tempo”. No início de 2009, já estávamos trabalhando na pré-produção de nosso 5º álbum, projeto com canções inéditas provisoriamente chamado de “Próximos Distantes“. Mas eu estava com “1000 Coisas na Cabeça” e acabei tomando a decisão da pausa. Conversei com o pessoal e foi um papo muy honesto e tranquilo… Afinal, depois de 15 anos de carreira e 4 CDs lançados, era hora de abrir as janelas e deixar arejar a casa. E é esse o fato.

Agora, é o tempo do “coffee break”, espaço para recarregar as energias, para traçar novos rumos para a banda. Também é a hora de experimentar e se dedicar a outros projetos.
Os guris – Rodrigo Osório (baixista) e Daniel Con6 (guitarrista) – prosseguem em Pelotas tocando outras atividades profissionais (arquitetura e afins).
Já o Felipe Mello, vocalista da Doidivanas (não o jogador de futebol), está finalizando o seu primeiro álbum: o projeto Aeroflip. Um trabalho como sonoridade pop-regional que envolve diversos parceiros e músicos de todo o estado. Curti muito o que escutei das primeiras bases gravadas e aguardo, com ansiedade, o lançamento deste CD.

Neste álbum, estão duas composições da dupla dMart/Mello: “Casa das Canções” e “Imã“. Em novembro, inclusive, tive a honra de acompanhar o amigo/cantor cruzaltense na Feira da Música do Sul que rolou em Novo Hamburgo (RS).

De minha parte, estou envolvido em diversos projetos, dentro e fora da música. Desde meados de 2008, integro a banda de afro-metal The Dancing Demons, com a qual já circulei pelo circuito “underground” de bares e galerias de arte contemporânea de Porto Alegre e festivais como o Grito Rock, em Canoas, e a Moenda da Canção, em Santo Antônio da Patrulha.
Brinco que sigo com a tema do folclore e da cultura brasileira mas fui do rock bagual ao afro-metal.
(Nota de 2012: afastei-me da banda “The Dancinde Demons”, no final de 2010, para me dedicar à turnê de divulgação da graphic novel “Um Outro Pastoreio”, lançado conforme descrito abaixo, e outros projetos da Imagina Conteúdo Criativo)

Ainda neste semestre, ocorre o lançamento da novela gráfica Um Outro Pastoreio, projeto lapidado há 4 anos em uma parceria com o ilustrador Everson “Indio San” Nazari, do estúdio DsLab. A “graphic novel” é uma história original – livremente inspirada na lenda do Negrinho do Pastoreio, de João Simões Lopes Neto – e agrega elementos da mitologia afro-brasileira.

O livro passa pelas últimas revisões e terá a primeira tiragem lançada de forma independente através de uma ação entre amigos. O projeto explora graficamente desenho, fotografia, esculturas articuladas e arte sequencial.

Na seara das artes visuais, trabalho em alguns projetos com minha esposa, a gravurista e fotógrafa Yara Baungarten. Fizemos um primeiro projeto em duo (fotografia e poesia) em “Para Parar o Tempo“, dentro da mostra Coletivo[COLETIVOS] que rolou na Fundação Ecarta, em Porto Alegre.

No momento, eu e Yara estamos na pré-produção do projeto “Pontas Duplas | Duplas Pontas” – exposição com fotografia, projeção de vídeo, escultura e corte de cabelo – que abre 15 de maio, no atelier/galeria Jabutipê, do artista plástico Antônio Augusto Bueno, em Porto Alegre.

Então, tem trabalho para caramba. Muito disso, fruto deste tempo longe (próximo/distante) da Doidivanas.
E – antes de mais nada – somos uma banda com amigos de longa data. Depois de tantos anos de convivência, seguimos cultivando a amizade e a arte. Pra mim, sempre é inspirador e reconfortante tocar com a gurizada.

Por enquanto, o que há no horizonte, é que banda irá se reunir, no segundo semestre deste ano, para gravar um EP com 3 ou 4 músicas inéditas. Estas serão escolhidas dentre cerca de 30 canções que a Doidivanas tem na gaveta (ou, quem sabe, seja possível compor material novo).
Por hora, convido todos a visitar o site da banda. Lá é possível fazer o download dos 3 primeiros CDs na íntegra – “Liber Pampa” (1998), “Sou de Pelotas, Por Quê?!” (1999) e “Viagem Ao Sul da Terra” (2002) – e ouvir algumas faixas do “Nosotros” (2008), além de baixar encartes, wallpapers, curtir vídeos e acompanhar as notícias no blog.
And… the BUGIO remains the same.
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